
Luís Montenegro, ex-líder parlamentar do PSD e o nome que era tido como o mais forte para representar o passismo nesta disputa pela liderança do PSD, declarou esta quinta-feira que vota em Pedro Santana Lopes.
No segundo debate televisivo entre os dois candidatos à liderança do PSD, na TVI, ambos concordaram com a posição de Marcelo Rebelo de Sousa, que avisou que só se pronuncia sobre a nomeação de titulares de órgãos do Estado sob proposta do Governo, como é o caso da Procuradoria-Geral da República (PGR), no momento da designação. Sobre este ponto, Santana recusa apoios ou acordos com qualquer executivo liderado por António Costa, dizendo que terá de ser o PS a restaurar a prática constitucional de "quem ganha eleições governa".
Santana Lopes defendeu, uma vez mais, que tem de "voltar a valer a regra de que o partido que ganha as eleições, governa", o que "só com "um acordo escrito", prévio".
Foi o mote para se distanciar de Rui Rio, que admite viabilizar um novo governo socialista com maioria relativa. "António Costa não pode enganar o PPD/PSD (.)".
No decorrer de um jantar e perante cerca de três centenas de apoiantes, Santana Lopes disse que se candidata por "razões positivas, de aposta e de convicção em relação ao nosso País".
Diferente é a postura de Rui Rio, que diz querer "afastar a esquerda do poder", se bem que com estratégia que poderá ser diferente.
Tal como adiantou em entrevista à SABADO, Pedro Santana Lopes defendeu a recondução da actual procuradora-geral da República, enquanto Rui Rio não revelou a sua posição para não alimentar "um não assunto", tal como foi classificado pelo Presidente da República - adjectivação seguida pelos dois políticos.
Santana Lopes lembrou ainda um entendimento antigo entre PSD e PS que permite a continuidade de um procurador-geral da República, "apesar de não estar previsto na lei fundamental a renovação do mandato".
Na economia, não têm sido visíveis as diferenças entre os dois candidatos, ao contrário da Justiça, em que Rui Rio tem uma visão mais crítica e chegou a fazer um "balanço negativo" do mandato do Ministério Público.
Questionado se defende ou não a recondução de Joana Marques Vidal, que termina o mandato de seis anos em Outubro, Santana Lopes respondeu afirmativamente.
Rui Rio disse rever-se a "100%" no que disse o Presidente da República e considerou que seria até de bom tom este ser um "não assunto".
"O que se passou aqui na corte que estão a debater uma coisa que eu nem conhecia?". Salvador Malheiro, o diretor de campanha de Rio, é o líder da distrital do PSD-Aveiro e presidente da câmara de Ovar.